quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

UNIÃO ELEITOREIRA

A palavra traição voltou à moda na política paraibana. Esse é um dos ingredientes políticos mais explosivos quando chega o momento das definições de partidos e candidatos, sobretudo porque o descrédito dessa atividade faz com que o adversário use esse artifício como justificativa, mas não sustentaria uma discussão se lhe fosse pedido que atirasse a primeira pedra.
Ninguém está traindo ninguém. É um fenômeno parecido com terremotos, que ocorrem porque as placas subterrâneas se chocam, com a diferença que a colisão entre homens suscita outras reações da população, sobretudo no plano moral.
Como diria Jack, O Estripador: vamos por partes. Há quem diga que o DEM do senador Efraim Morais está traindo o senador Cícero Lucena ao se encaminhar para o recanto lícito do PSB. Não há traição alguma, pois o antigo PFL – hoje DEM - pode ter tido vários amores anteriormente, mas não com Cícero que sempre foi liderado dentro do clã Cunha Lima.
Haveria incompatibilidade na união DEM-PSB se os partidos brasileiros resguardassem um pouco dos seus conteúdos ideológicos, mas isso está morto e sepultado. Um partido que todos julgam ser ultra-conservador – como o DEM – não poderia estar de braços dados com um suposto socialista, como o PSB. Louco é quem se atreve a pedir coerência a esses partidos brasileiros, pois não há qualquer afinidade ideológica entre eles.
O acordo entre o DEM de Efraim e o PSB de Ricardo Coutinho é meramente eleitoreiro. Não guarda qualquer vínculo entre eles. Não cria qualquer ligação pós-eleição. Nã possibilita qualquer convivência duradoura. Não inspira confiança entre ambos nem mesmo durante a campanha. Eles precisam se suportar porque Efraim necessita de um bom palanque para tentar a reeleição e Ricardo Coutinho precisa de tempo no famigerado horário eleitoral para se contrapor à eternidade de que dispõem PMDB e PT no rádio e na TV.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O TRUNFO É “PAUS”

O velho e querido amigo Marcos Aurélio, hoje aposentado do Banco do Nordeste, costumava abrir as jornadas esportivas pela Rádio Tabajara com um suave “abrem-se as cortinas para o grande espetáculo”. Só ele para colocar um pouco de erudição numa luta feroz entre 22 adversários.
A lembrança de Marcos Aurélio foi apenas um pretexto para iniciar o registro de que a campanha eleitoral de 2010 começou nesta segunda-feira (14) e o protagonista desse lançamento foi exatamente o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho, durante uma pré-convenção do DEM no hotel Tambaú.
O alcaide pessoense finalmente tirou suas aspirações do subterrâneo e colocou-as na superfície, assumindo com unhas e dentes – quem diria, hein? - a defesa do ex-governador Cássio Cunha Lima. Graças a Efraim Morais e o substituto do PFL não há mais sombras na pré-campanha: a candidatura do PSB saiu do armário.
Ricardo iniciou a campanha num tom, pelo visto, “n” vezes mais agressivo do que o próprio Cássio impôs em 2002 contra Roberto Paulino e em 2006 contra José Maranhão. RC não parecia querer convencer o eleitor, mas impor medo àqueles que estão no Governo atualmente.
O discurso de Coutinho, no Tambaú, ficou na fronteira da disposição para fazer uma campanha política e o desequilíbrio emocional resvalando para palavras hostis ou ameaçadoras àqueles que não pretendem compartilhar do seu sonho de chegar ao Palácio da Redenção.
Pelo que se ouviu no hotel Tambaú dá para imaginar que o trunfo desse jogo sucessório, em 2010, será a carta de paus. Se o estilo da campanha de Coutinho for esse, pela via da agressão verbal e intimidatória, seria melhor aconselhar-se com quem conhece o eleitorado da Paraíba.

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NENO NO SENADO

Neno Rabelo, diretor da revista “A Semana”, chegou ao Senado Federal.
Não como um dia sonhou: eleito pelo povo para um mandato de oito anos.
Ele está em Brasília para participar de um evento nesta terça-feira (15) sobre deficiências.
Por causa do horário de verão, a solenidade começa às 10 horas, pelo horário paraibano e será transmitido ao vivo pela TV Senado.

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FESTA DE BRANCO

Alguma coisa aconteceu para que os políticos não comparecessem em número expressivo à confraternização oferecida pelo deputado Branco Mendes (DEM), no sábado (12), em Alhandra.
Nem mesmo a tradicional “pelada” entre parlamentares e jornalistas foi realizada por falta de “quorum”.

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

OPINIÃO - A PAZ DE PEDRO

O deputado estadual Pedro Medeiros (PSDB), por ter bases eleitorais no Cariri, costuma se auto-intitular “matuto” para justificar seu distanciamento de polêmicas e outros comportamentos mais atilados. É marketing puro, pois é um dos mais atuantes parlamentares nos bastidores.
Inigualável na questão da assiduidade ao trabalho – é o primeiro que chega à Casa de Epitácio Pessoa pela manhã e um dos últimos que saem após as sessões – está sempre bem informado. Arredio aos holofotes e aos microfones, Pedro Medeiros tem origem no aparato de segurança – é delegado de carreira aposentado e, por muitos anos, foi chefe de Policia em Campina Grande. Independente desse “currículo”, é uma das figuras tão queridas quanto respeitadas no Legislativo estadual.
Esse preâmbulo era necessário para mostrar que a palavra de Pedro Medeiros, pregando o desarmamento dos espíritos na Paraíba, deveria ser levado a sério não apenas pela classe políticas, mas – e principalmente – pela imprensa, pelo empresariado, pelo Governo e por aí vai.
Medeiros fez um apelo pela paz, no Estado, que transcende a tribuna da Casa de Epitácio Pessoa. Fez o pedido sem querer se travestir de estadista. Ao contrário, é a palavra da testemunha do sofrimento do povo paraibano, principalmente do Cariri.
Seria importante que a palavra de Pedro não morresse no deserto. A aridez de idéias, na Paraíba, possivelmente não comporta um desabafo desses. A maioria dos políticos desse Estado perdeu a compostura, de tal forma, que a palavra pacificação não tem nenhum sentido.
Aqui não está se formando gerações de lideranças, mas de esgrimistas. Antes de apresentar propostas, cada candidato a qualquer coisa puxa armas – verbais ou não – para tentar eliminar os adversários. Quando não é assim, notabilizam-se as omissões e a fuga dos debates.
Eis porque a proposta de paz feita por Pedro Medeiros tem valor transcendental para o Estado da Paraíba. Finalmente dá-se um grito lúcido para diminuir as divergências entre Governos e oposições. Isso mesmo: no plural. A “guerra” não atingiu apenas governos anteriores, não atinge apenas o atual, mas ainda poderá alcançar vários outros que estão no por vir.

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